Calma.. esse não é um daqueles posts cheio de informações sobre quanto a televisão faz mal para o cérebro das crianças, muito menos com lições de moral sobre a infância de antigamente x a infância de hoje…
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Já cansei de falar que sou avessa à rotina. Não que eu não goste, mas nunca consegui me encaixar em um. Nem sozinha, nem com filhos.
Eu também nunca gostei de televisão como um “objeto emissor de barulho”. Sabe aquelas reuniões de família, em que tem um monte de gente falando ao mesmo tempo e ainda tem uma televisão ligada, só fazendo barulho? Pois é. Detesto. Mas vamos ao que interessa.
Gustavo começou a assistir televisão por volta dos 10 meses, mas nada o prendia por muito tempo, além das musiquinhas de prelúdio. Quando começou a crescer, após os 2 anos, ele passou a se interessar mais por desenhos.
Gu sempre foi um garoto cheio de energia – vulgo agitado. Aparentemente a televisão o deixava calmo, tranquilo e controlado. Ligava a televisão ao acordar, pra tomar café, escovar os dentes.. depois ligava de novo para fazer o almoço.. depois ligava de novo no fim das tarde, pra poder usufruir de alguns minutos sentada no sofá.. ligava depois do banho, pra conseguir secá-lo, escovar os dentes, cabelos, vestir o pijama..
A constante presença da televisão no nosso dia a dia me incomodava demais, mas eu fingia não me importar e fechava os olhos para isso.
A PERCEPÇÃO
Acontece que o tempo foi passando e eu comecei a perceber que nos dias em que nós não ligavamos a televisão logo de manhã o dia fluía muito mais leve, quase sem episódios de birra e desobediência.
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Decidi que não teríamos mais desenhos pela manhã e sempre que havia um imprevisto e abríamos uma exceção, era batata! Eu acabava colhendo os frutos com o mau comportamento ao longo do dia.
Há poucas semanas fomos viajar de férias para o nordeste. Um belo hotel, piscina, praia, brinquedos, muita coisa pra fazer e nenhuma necessidade de ligar a televisão. Foi aí que eu me dei conta de algo que estava tão óbvio mas eu não conseguia enxergar. O Gustavo das férias era uma criança tranquila, educada, paciente, obediente, praticamente sem episódios de birra. Claro, ainda era cheio de energia, mas bem diferente do menino que havia saído de casa.
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O PROCESSO
Voltamos de férias e decidi que não teríamos mais televisão durante a semana. Nem um pouquinho mesmo. Nos primeiros dias Gu pediu, mas logo tratava de oferecer atividades muito mais divertidas como massinha, blocos de montar, quebra cabeças, desenho pra colorir… Sentava no chão e brincava junto.
Milagrosamente conseguimos ajustar a nossa rotina. Antigamente não estávamos prontos para dormir antes das 22h30. Parecia que o tempo voava e eu me perdia nele. Hoje, sem televisão, às 20h todos estão tomando banho e antes das 21h já estão dormindo.
Se foi difícil? Muito mais para mim do que para ele. Por vezes nos primeiros dias eu me via buscando o controle remoto pra conseguir uns minutinhos de sossego.
Em nenhum momento nesse processo tivemos birras por causa das televisão. Algumas poucas vezes resmungava, mas logo se conformava e ia fazer outra coisa. Talvez pelo fato de eu sempre ter sido firme e nunca ter demonstrado possibilidade de negociar.
Mas também não sou radical. Hoje mesmo ele acordou com febre e passou o dia todo febril, amuado, deitadinho no sofá. Hoje teve televisão. O dia todo. E no final do dia não teve briga, voltamos à nossa rotina.
OS RESULTADOS
O Gustavo não é mais aquele menino descontrolado, excessivamente agitado.. Ele está mais doce, mais carinhoso, muito mais compreensivo.. Ouve o que eu falo e atende prontamente. Está mais educado, mais bonzinho.. Desde que mudamos nunca mais o vi irritado. O mais impressionante é que eu tinha certeza que a televisão era um artifício que me ajudava a controlar e acalmar sua energia. De fato, enquanto estava assistindo, ele tinha esse estado mental. Mas assim que deixava de ver, parecia que tudo ficava acumulado e se libertava de uma só vez.
Ele ainda é um menino de três anos. Que chora pelo que quer, que implica, que me testa, que quer as coisas do jeito dele.
Mas agora ele é um menino que parece enxergar o mundo de maneira muito mais ampla. Passa o dia a cantarolar – coisa que nunca havia feito.
O ÔNUS
Eu chego ao final do dia mentalmente exausta de tanto brincar. Mesmo estimulando-o a brincar sozinho por diversas vezes, ele chama “mamãe” quase que a todo momento. Cozinhar se tornou uma atividade conjunta. Agora sempre tenho ele no chão da cozinha montando quebra cabeças.. ou então dou um potinho com feijão e milho para que ele separe por tipo nas forminhas de gelo. É cansativo, sim. Dá trabalho, sim.
O BÔNUS
Essa mudança nos uniu ainda mais. Agora passamos tempo realmente juntos e não apenas lado a lado. E eu não tenho dúvidas do quanto isso será benéfico para o futuro dele.
Se você pensar duas vezes antes de decidir, vai desistir. Mas se você realmente quiser mudar, saiba que é possível! E assim que passar os primeiros dias mais difíceis já conseguirá ver os resultados e ficará perplexa com isso.
Não esqueça de me contar como anda os dias aí na sua casa, participando através dos comentários…